A viagem por rodovias estaduais e federais no Norte do Estado pode até demorar um pouco mais, mas deve ser mais segura para motoristas, ciclistas e pedestres. Até o fim do semestre, cerca de 40 dos 304 controladores de velocidade que serão colocados nas BRs e SCs de Santa Catarina virão para a região de Joinville e Jaraguá do Sul. Um estudo detalhado sobre o movimento nas estradas vai determinar o local exato onde os equipamentos serão colocados.
Mas já existe uma pré-definição. Na BR-280, por exemplo, serão instalados 16 lombadas eletrônicas, nove radares e nove semáforos entre São Francisco e Canoinhas. O contrato de operação dos equipamentos entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a empresa vencedora, o Consórcio Esteio/Indra, de Curitiba, é de cinco anos.
Boa parte deles será colocada em trechos perto de escolas e onde há casas às margens das rodovias, como é o caso de Araquari. Dois trechos foram indicados para receber lombadas eletrônicas porque, segundo a Polícia Rodoviária Federal, neles os acidentes são constantes.
— A única forma para os motoristas reduzirem a velocidade é a colocação desses equipamentos. A gente sabe que a viagem vai atrasar um pouco, principalmente aos domingos, mas vale a pena porque menos vidas serão tiradas —, acredita o inspetor da PRF, Simão Edson da Cunha.
A dona de casa Marisa Cardoso, de 36 anos, mora às margens da BR-280, em Araquari, e conta que já viu muitos acidentes.
— Os filhos da minha vizinha foram atropelados. Às vezes, o pessoal até usa o acostamento —, conta.
Ao saber que o trecho irá ganhar um redutor de velocidade, a dona de casa se tranquiliza.
— Tenho três filhas. O coração fica apertado, pois a gente tem de cuidar o tempo todo. Aqui é muito perigoso e, com certeza, com um redutor vamos nos sentir mais seguros aqui.
Onde a população se sente mais segura
Quem passa pela SC-301, na Serra Dona Francisca, em Joinville, e na SC-415, em Garuva, já percebeu que três novos redutores de velocidade estão funcionando. Moradores da região aprovaram os equipamentos e acreditam que agora todos estão mais seguros.
Na SC-301, duas lombadas foram colocadas. A no km 77,8, com velocidade máxima permitida de 50 km/h, fica perto da Escola Municipal Professor Francisco Rieper. A diretora da instituição, Mara Amaral, comemora.
— Temos 87 alunos da educação infantil até o 5º ano e certamente todos se sentem bem com a lombada aqui.
Na do km 81,4, o equipamento fica perto de escola, posto de saúde e casas. O aposentado Helbert Merkle, 81 anos, mora em frente ao redutor e comenta que motoristas ainda passam acima do limite permitido de 40 km/h.
— Em 15 minutos, a lombada apitou uma 30 vezes.
A instalação de uma lombada eletrônica no Centro de Garuva tem surtido efeito positivo. O equipamento foi implantado no km 0,833, perto da travessia com a rua Padre José Novack.
— Acabou com os acidentes em frente ao mercado —, garante a balconista Adriane Bruns, 33 anos.
Ela lembra que antes o cuidado dos pedestres tinha de ser maior, pois os carros passavam em alta velocidade, resultando em atropelamentos.
O pedreiro Armando Nosvitz, 51 anos, conhece algumas pessoas que foram atropeladas naquele trecho, muitas delas amigos de anos.
— Para nós, a instalação da lombada eletrônica mudou muita coisa. Garantiu o respeito ao limite de velocidade e às pessoas.
O pedido inicial dos moradores era de um viaduto, mas, segundo Armando, por pressão do comércio local, a proposta não teve continuidade. Para ele, em contrapartida, a instalação do redutor de velocidade resolveu 80% dos problemas.
Taísa Rodrigues e Gisele Krama